terça-feira, 29 de setembro de 2009

Rostos marcados pela exploração
Bocas que por muito foram amordaçadas
Mãos de quem não fora permitida a escrita
Mão marcadas pelo enxague
pelas roupas lavadas
pelas banheiras esquentadas.

Protagonistas da história,
mas a margem da história
A frente das mudanças
sempre esteve presente
A história as tratou como margens.

As médicas,
bruxas.
As revolucionárias,
mal-amadas.
As feministas,
sujas.

Protagonistas da história
Não apenas de suas próprias
Mas das mais belas:
as emancipadoras, as libertadoras.

Na contemporaneidade, a opressão se traveste
Vai a uma festa a fantasia vinte-e-quatro horas por dia
Há um quê de crença no mimetismo dos que não buscam compreender.

Mas estas não se calam
Jogam água no rosto
Arrancam as mordaças
Colocam bandeiras na mão e na alma

Estão em todos os locais combatendo as raposas
Nas moradias, nas ruas, nos escritórios.

Há de haver sempre uma mulher expondo e combatendo a dor que a fazem sentir
Passando por cada avenida deste planeta.