quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A esquerda e a democracia

A todo momento nós, de esquerda, somos chamados de terroristas, genocidas, assassinos e uma série de adjetivos pejorativos. Estes adjetivos vêm sempre carregados com uma falsa ideia de que nós, de esquerda, não temos compromisso com a democracia e com os valores republicanos. Que um governo nosso será de medo e de término das liberdades individuais.

Hoje, na PUC-Rio, universidade em que estudo, um economista afirmou em um debate que devemos "impedir a revolução bolivariana que está em curso no país".O que deve ser explicado a todo momento é que para nós, de esquerda, a democracia é algo de muito valor. Somos nós que priorizamos e lutamos para que haja um ambiente democrático, e somos nós que perdemos com a ausência do mesmo. Sem ele, nós somos assassinados e torturados apenas por nos expressarmos. Sem este, a tão importante participação popular não se faz presente. Sem este, não se garante nenhum direito às mulheres, aos negros e aos homossexuais. Sem este, os trabalhadores permanecem sendo explorados de todas as formas possíveis.

Para que possamos consolidar o processo de aprofundamento da democracia que está em curso no Brasil, precisamos ter claro entre nós mesmos - companheiros - que este é um valor nosso, da esquerda, por mais que os grandes meios de comunicação - os verdadeiros descompromissados com a democracia - afirmem diariamente o contrário. Não se faz democracia sem inclusão social e participação popular, sem empoderar todos aqueles milhões de brasileiros que em 500 anos de história deste país foram escravizados, esquecidos e marginalizados.

Temos hoje boas condições colocadas para que os próximos anos propiciem ainda mais mudanças para a sociedade brasileira, em diversas áreas. Para isto, precisamos estar atentos: participar ativamente nos Movimentos Sociais e nas diversas Conferências a serem realizadas (como de Comunicação, de Educação e de Segurança Pública), propiciando um ambiente favorável para a formulação e implantação de políticas públicas feministas, anti-racistas, anti-homofóficas e sobretudo classistas, que aprofundem o processo de consolidação da democracia em curso nestes últimos oito anos.

Não existirá uma democracia efetivada enquanto existir opressão e exploração. Nós sabemos disso. E só nós poderemos reverter e consolidar um novo quadro para a história brasileira: vamos às ruas!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Esses versículos que você insiste em profanar
Divergem do vazio da sua alma

Esta cara lavada com que você sai às ruas
Não conseguem esconder a maquiagem impressa em seus olhos

Todas as vezes que o povo gritou você se escondeu
E quando o povo foi proibido de gritar você fugiu

Mas o povo voltou
E a cara do povo nunca sai lavada às ruas
Porque ela sua

E não adianta você tentar acompanhar o povo
Desligando o ar-condicionado do seu escritório
Porque ele agora sabe

E este direito ao saber
Conquistado com suor, lágrimas e risos
Está vivo

Vivo não como chama
Mas como tijolo e concreto dos sonhos daqueles que nunca desistiram
de gritar.