sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Não é fácil ser feminista!

“No final, compreendi
que ser uma mulher
é uma luta sem fim
para viver e ser livre.”
(Joi Barrios)

A ideia do título há dias está rondando minha cabeça e me angustiando, e a cada dia que passa eu mais tenho certeza de que, sem dúvida, não é fácil. Quando dizem que nos países ocidentais o machismo ataca a psique da mulher, penso que esta pode ser uma das maiores violências contra nós mesmas. E que mais nos fazem sofrer quando nos atingimos com ela.
Não basta sermos mulheres e bem resolvidas. Não precisarmos de um homem no nosso lado, termos um dia corrido e uma agenda lotada. Falar com os homens de igual para igual, sermos inteligentes e ainda tomarmos uma cerveja no bar no fim do dia com as amigas. Porque isso é demais para nós. Há uma descrença na nossa versatilidade. Ou uma tentativa constante de provarmos a todos que estamos sendo incapazes.
Daí a necessidade de acordar todos os dias e se preparar para a batalha diária. E quando chega a noite, e estamos sozinhas em nossas casas e aquele sentimento de fracasso nos rondar, temos que lembrar: somos feministas. E quando a gente prende o choro, temos que nos lembrar mais uma vez, somos feministas: eu posso chorar.
Ser feminista não é fácil porque é afirmar para essa sociedade que tanto nos acorrenta que nós podemos tudo. Inclusive chorar, se descabelar, ou amar intensamente. E é um exercício para nós mesmas lembrarmos disso sempre. Nós sempre soubemos que nunca seria fácil enfrentar tudo o que viemos enfrentar nesta sociedade.
Que o machismo mata a gente já sabe. Mas a gente não pode permitir que ele nos mate lentamente, nas atitudes do dia-a-dia. Porque só nós mesmas podemos nos libertar. Essas doses homeopáticas que insistem em nos dar não podem mais fazer parte da vida de nós, mulheres. Muito menos de nós, feministas.

Eu estou pronta para fazer do meu corpo um campo de batalha, e para nunca desistir dessa batalha. Mesmo que seja necessário perder o sono por conta das lágrimas que não param de rolar a noite no meu travesseiro.

Um comentário:

Tiago de Paula disse...

"aquele sentimento de fracasso nos rondar, temos que lembrar: somos feministas"?
aquele sentimento de fracasso nos rondar, temos que lembrar: estamos juntos.