quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

um pouco de Los Hermanos


(...)"Depois de ter vivido o óbvio utópico
te beijar, e de ter brincado sobre a sinceridade
e dizer quase tudo quanto fosse natural
Eu fui pra aí te ver, te dizer:

Deixa ser, como será
Quando a gente se encontrar
No pé, o céu de um parque a nos testemunhar
Deixa ser como será
Eu vou sem me preocupar.
E crer pra ver o quanto eu posso adivinhar"(...)

Los Hermanos faz parecer tudo mais fácil. Faz crer pelo menos que existe gente em diferentes lugares sentido o mesmo que a gente. Hoje foi dia de overdose de Los Hermanos, e eu aconselho, faz bem.
Nós, que achamos que sempre estamos tendo o controle das rédeas da nossa vida.
Nós, que achamos que guiar-se pode ser algo simples e fácil.
Quantos de nós que pensamos que tudo sempre seria simples e fácil não nos vimos perdendo o controle em algum momento?

Pelo simples fato de que existem certas coisas na vida que fogem a direção e que por mais que não queiramos seguir nesta direção, os ventos já mudaram e buscar domá-los torna-se apenas um exercício cansativo e em vão, na maioria das vezes. São os ventos fortes, que tanto nos incomodam seja na praia ou nos sentimentos.
Ouvir Los Hermanos me trás a sensibilidade para aprender que não podemos lidar mais com os dados que estão jogados na mesa, e ao mesmo tempo a percepção de que ainda existem dados rolando, nesta mesma mesa em que existem dados parados, estáticos.
Deixar "ser como será" não diz respeito aos estáticos, mas os que estão rolando e não por conta própria, mas porque nos deixamos ele rolar. Ouvi-los e senti-los me faz odiar os dados estáticos ao mesmo tempo que me faz não apenas entender o "ser como será" mas entender que apesar de existirem muitos dados, ainda existem muitos números em aberto que precisam seguir seu curso e precisam da nossa ajuda para seguir o curso. Por mais que seja difícil, por mais que doa, mas por ser necessário e por nos fazermos superar algo, independente do tempo que demore para superar esse algo, tão abstrato.

Quer saber? Los Hermanos está me fazendo uma pessoa metafórica e antiquada. Mas eu não ligo.

Ninguém deve ser condenado por gostar do amor.

Um comentário:

Unknown disse...

"Por mais que seja difícil, por mais que doa, mas por ser necessário e por nos fazermos superar algo, independente do tempo que demore para superar esse algo, tão abstrato".

Materialistas que somos deveríamos aprender a ignorar o abstrato, ou ao menos não permitir que ele guie nossas ações...mas as vezes isso parece ser impossível... Idealistas? Não chega a tanto, rsrs.

Ultimamente parece que há poesia saindo por todos os seus poros...estou gostando bastante de acompanhar esse blog feito com apenas duas mãos...